Infodemia em tempos de pandemia.

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Você sabe o que é isto?

“We’re not just fighting an epidemic; we’re fighting an infodemic.” WHO Director-General Tedros Adhanom Ghebreyesus Munich Security Conference, 15 February 2020

No dia 15 de fevereiro de 2020, durante uma conferência da Organização Mundial da Saúde, em Munique o Diretor Geral Tedros Adhanom expressou o termo “infodemia”.

Afinal, o que seria isto?

Infodemia pode ser definida como o excesso de informação sobre determinado tema, por vezes incorreta e produzida por fontes não verificadas ou pouco confiáveis, que se propaga velozmente (ex.: infodemia de notícias falsas nas redes sócias – fake news) “infodemia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/infodemia [consultado em 23-05-2020].

Uma análise feita pelo Instituto Reuters e pela Universidade de Oxford, durantes os meses de março e abril de 2020 detalhou alguns dos principais tipos, fontes e reivindicações de desinformação sobre a pandemia. Quase 70% das informações divulgadas sobre a Covid-19 tinham como fonte principal influenciadores digitais, incluindo políticos, celebridades e figuras públicas e redes sociais.  Desse total, 20% das informações eram fake news

Os dados demonstraram que 59% das postagens do Twitter foram classificadas como falsas, mas mesmo assim permanecem em alta. No YouTube, 27% permanecem ativos e no Facebook, 24% do conteúdo com classificação falsa continuaram na timeline sem rótulos de aviso (Navigation the ïnfodemic”). 

Em outro estudo nacional, conduzido pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, apontou as principais redes sociais propagadoras de notícias falsas sobre o novo coronavírus no Brasil. A pesquisa, que analisou denúncias e notícias falsas recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo entre 17 de março e 10 de abril, mostrou que as mídias sociais mais utilizadas para disseminação de fake news sobre o novo coronavírus foram InstagramFacebook e WhatsApp.

Os dados revelaram que 10,5% das notícias falsas foram publicadas no Instagram, 15,8% no Facebook e 73,7% circuladas pelo WhatsApp. Os resultados também apontaram que 26,6% das fake news publicadas no Facebook atribuíram a Fiocruz como orientadora no que diz respeito à proteção contra o novo coronavírus. 

O estudo ainda revelou que 71,4% das mensagens falsas circuladas pelo WhatsApp citaram a Fundação como fonte de textos sobre a Covid-19 e com medidas de proteção e combate à doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), juntas, somam 2% das instituições citadas como fonte de informações sobre cuidados e medidas contra o novo coronavírus em mensagens de WhatsApp.

No site do Ministério da Saúde segue uma lista com algumas das notícias falsas, disseminadas através das redes sociais:

– Beber muita água e fazer gargarejo com água morna, sal e vinagre previne coronavírus ;

China anuncia vacina para coronavírus – É FAKE NEWS!

Chá de limão com bicarbonato quente cura coronavírus – É FAKE NEWS!

Beber água de 15 em 15 minutos cura o coronavírus – É FAKE NEWS!

Remédio de piolho pode matar coronavírus – É FAKE NEWS!

Coronavírus morre a 26º C – É FAKE NEWS!

De acordo com a OMS e o Ministério da Saude, o que você deve fazer ao receber uma notícia nas redes sociais:

  1. Em primeiro lugar, reflita antes de compartilhar: faça uma busca rápida para ver se a notícia é realmente verdadeira;
  2. Em segundo, foque nos fatos: cheque a fonte da informação e veja se ela veio de um órgão oficial, como a OMS ou do Ministério da Saúde;
  3. E em terceiro, seja cauteloso com o conteúdo: muitos vídeos e imagens são tirados de contextos.

Lembre-se: a desinformação pode se espalhar tão rápido quanto o vírus. Fazer as perguntas certas pode impedir a “infodemia”. Isto depende de nós!

Dr. Ricardo Santos de Oliveira

@dr.ricardodeoliveira

Para saber mais clique aqui:

https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200415-sitrep-86-covid-19.pdf?sfvrsn=c615ea20_4

https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/infodemic-how-people-six-countries-access-and-rate-news-and-information-about-coronavirus

https://www.sbnped.com.br/index.php/pt/component/content/article/107-momento-flat/206-todo-o-golias-precisa-de-um-david?Itemid=437

https://www.sbnped.com.br/index.php/pt/blog/210-recomendacoes-de-neurocirurgias-pediatricas-durante-a-pandemia-covid-19

https://neurocin.com.br/new/index.php/en/

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Publicado por Dr. Ricardo Santos de Oliveira

Professor Livre Docente Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professor colaborador da FMRP-USP. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (1994), Doutorado em Medicina (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo (2001), Pós-doutorado no Hôpital Necker-Enfants Malades (Université Rene Descartes) 2001-2002, Pós-Doutorado FMRP-USP 2003-2004 (glicobiologia dos tumores cerebrais). Orientador pleno programa de pós graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia - FMRP-USP Atualmente é médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e docente credenciado do Depto. Cirurgia e Anatomia (Pós-graduação). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e Neuroncologia atuando principalmente nos seguintes linhas de pesquisa: Neoplasia cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos, trauma e neuroncologia.

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