Revista Revide
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Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião cooperado da Unimed e livre-docente da Divisão de Pediatria do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, afirma que o aprofundamento da pesquisa traz o reconhecimento de novas doenças, possibilitando maior estudo e possibilidades de tratamento. “Algumas doenças estudadas, entre elas, a esquizofrenia, tiveram correlação com muitas outras alterações psiquiátricas e neurológicas. Este estudo sugeriu uma interconectividade maior entre as doenças psiquiátricas e neurológicas do ponto de vista genético, sendo necessário, ainda, maior aprofundamento diagnóstico”, comenta. O especialista cita que as descobertas impactam positivamente no tratamento de doenças, como, por exemplo, a Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN), cujos sintomas principais são dificuldade para caminhar, perda progressiva da memória e das funções cognitivas e dificuldade para controlar a urina, que, na maioria das vezes, é avaliada como doença típica do envelhecimento e confundida com Alzheimer, Parkinson, depressão ou certas demências vasculares. Para ele, algumas manifestações clínicas de determinadas doenças dificultam o diagnóstico em razão das semelhanças, sendo, portanto, a interação entre a equipe médica de psiquiatras e neurologistas fundamental para otimizar as chances de diagnóstico mais preciso de acordo com cada caso. “Em outro estudo similar, pesquisadores chegaram à conclusão de que cinco dos principais distúrbios psiquiátricos dos quais a população mundial sofre — depressão, autismo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar e esquizofrenia — compartilham uma série de fatores genéticos e abrem perspectiva para um futuro sistema de diagnósticos que poderia ser baseado não somente em categorias clínicas, mas, também, em fatores biológicos que ajudariam o médico a determinar um tratamento adequado a seu paciente”, complementa.