Eu tenho um cisto na cabeça. Isto é perigoso? Pode estourar?

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Você levou seu filho ao médico. Ele solicitou um exame radiológico. Você pegou o exame de tomografia ou de ressonância magnética, abriu e leu o laudo do radiologista, assustando-se com o resultado, ou seja a presença de um cisto de aracnoide. E sem perguntar ao médico que o solicitou ou ao especialista, já veio procurar na Internet o que é isso?!

Estudos recentes indicam que apenas 36% das informações sobre saúde no Google podem ser consideradas confiáveis. Isto é grave!

O cisto de aracnoide, ou cisto aracnoide, é uma coleção de líquido cefalorraquiano (líquido que está presente dentro do nosso cérebro), que, por algum defeito na formação ou após o nascimento, ficou septado, represado entre as membranas que revestem o cérebro. Os locais mais frequentes de cistos aracnoides são nas regiões temporais e occipital, próximos ao cerebelo.

Normalmente, os cistos aracnoides não ocasionam sintoma algum, a não ser que sejam muito grandes ou progressivos e, comprimam estruturas do cérebro. Em crianças menores que 2 anos, devem-se acompanhar os cistos com exames radiológicos (ultrassonografia transfontanelar, tomografia ou ressonância. Nesta idade, o risco de progressão do cisto aracnoideo é maior. Em situações raras, o cisto pode sofrer uma ruptura, por causa de traumatismo craniano no local.
Em geral, a grande maioria dos cistos de aracnoide é apenas achados de exames de imagem do cérebro. Num primeiro momento, não recomendamos tratamento cirúrgico.
É importante que um profissional especializado oriente cada caso para decidir sobre a melhor forma de acompanhamento radiológico e clínico.

Publicado por Dr. Ricardo Santos de Oliveira

Professor Livre Docente Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professor colaborador da FMRP-USP. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (1994), Doutorado em Medicina (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo (2001), Pós-doutorado no Hôpital Necker-Enfants Malades (Université Rene Descartes) 2001-2002, Pós-Doutorado FMRP-USP 2003-2004 (glicobiologia dos tumores cerebrais). Orientador pleno programa de pós graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia - FMRP-USP Atualmente é médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e docente credenciado do Depto. Cirurgia e Anatomia (Pós-graduação). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e Neuroncologia atuando principalmente nos seguintes linhas de pesquisa: Neoplasia cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos, trauma e neuroncologia.

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